sábado, 28 de julho de 2012

Que voltem os loucos!

 Esses dias estava passando pela Cinelândia, quando me deparei com esse trio aqui do lado num sinal de trânsito. Apesar de ser inverno, fazia um sol bem forte ao meio dia no Rio de Janeiro.
Esses meninos faziam parte de um grupo de jovens católicos que estavam promovendo uma ação social com os moradores de rua da área da Cinelândia e do Largo da Carioca, além de um evangelismo de impacto


 Além dos Meninos com a faixa "Deus te ama !" no sinal, havia um outro grupo com as caras pintadas e com placas, realizando pantomimas e distribuindo abraços grátis para quem passava pelo local.
Minha alma evangelística não resistiu, deixei os 40 minutos do meu almoço que ainda faltavam e me enfiei no meio deles.
 Sou evangélica, mas ali, no meio daquela garotada proclamando o amor de Deus em praça pública, tudo que eu sentia é que fazia parte do corpo de Cristo.
Foram os 40 minutos mais revigorantes do meu ano.
Depois, meditando sobre esse tempo, fiquei pensando em como está a juventude das igrejas evangélicas. Há algum tempo atrás, era comum encontrar jovens evangélicos nas praças, realizando danças, peças, pantomimas e evangelismo de impacto.
Hoje isso se tornou cada vez mais raro. estamos tão envolvidos em festas, conferências, picuinhas de quem canta melhor, prega melhor ou tem a melhor igreja, que não vamos mais as ruas buscar as almas.

Cresce cada vez mais o número dos que não possuem um lar espiritual, daqueles que tem sede de Deus, mas não encontram uma fonte de onde beber da Água da Vida.
Eu tenho saudade do tempo dos impactos evangelísticos, onde se sabia logo que eram os loucos que estavam na rua. Os loucos por Cristo, loucos por almas. Isso agora é cada vez mais raro.
Tenho visto os católicos voltando seus olhos para as almas perdidas, jovens corajosos que enfrentam o preconceito de pintarem a cara e dizerem que são loucos por Cristo.
Todos os dias saio da minha casa ansiando por ouvir um sussurro do vento nos meus ouvidos : "0s loucos realmente voltaram!"
Aguardo ansiosamente por me juntar a eles.

domingo, 8 de julho de 2012

Dividindo a carga

Olhar um líder levando uma grande carga é algo complicado.
É comparável a olhar a rua em um dia de chuva.
Você sabe que tem de fazer alguma coisa, mas pensa se deve ir na chuva e se molhar ou esperar a chuva passar e aproveitar o sol de um belo dia para fazer alguma coisa.
A maior parte das pessoas prefere esperar a chuva passar.
Ontem eu vi um líder de jovens sentindo o peso e o desânimo de levar uma grande carga praticamente sozinho e vi um pequeno grupo de jovens olhando para ele e pensando se saia na chuva ou esperava o outro líder.
É difícil essa decisão, pois uma vez que se põe a mão no arado não se pode olhar para trás, e o mundo em que vivemos transformou a igreja em um campo minado, onde andar ombro a ombro com um líder pode ser algo muito doloroso.
Mas há uma coisa muito boa em se andar na chuva, coisa essa que só conhece quem já tomou banho de chuva. a chuva nos liberta, nos lava, nos deixa mais leve. Quando essa chuva vem dos seus ela também nos salva.
Dividir a carga de seu líder em meio há uma tempestade pode garantir que você verá o Sol da justiça em sua vida.
Pense nisso!!

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A moça do acarajé

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho para todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna”
João3:16


- Moça, me dá um acarajé.
- Não posso vender acarajé pro Senhor, não!
- Por quê? Eu vou pagar.
- O senhor é bíblia!! Onde já se viu! Um bíblia querendo meu acarajé.
- Qual o problema? Eu gosto de acarajé, me vende um.
(Indignada) – Moço, meu acarajé é consagrado, o senhor não pode comer!
- Eu também sou consagrado, me vende um bem quente.
- ‘Tá certo... tome lá. Esse povo de pé pra trás...
- Obrigado, aqui esta o valor do acarajé.
(Com os olhos arregalados) – Moço!!! O que o senhor está fazendo com meu acarajé levantado no alto desse jeito?!?
- Meu acarajé. Eu paguei o preço por ele e agora estou consagrando ele a meu Pai celestial.
- Foi isso que Jesus fez por nós, faço o mesmo por essa delícia e o degusto com prazer.
(15 minutos depois)
- Moça, estava uma delícia! Que Deus te abençoe e você possa passar muitos anos vendendo acarajé aqui para que eu possa resgatá-los sempre.  E Jesus tenha em mim um meio de te resgatar também!!

O vaso de alabastro

O vaso de alabastro | Palavra do leitor | Editora Ultimato

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Estamos sendo cristãos?

No culto de domingo, durante a pregação, meu pastor deixou uma pergunta no ar: onde Cristo estaria se viesse nos dias de hoje? Como ele viria?

Durante a semana, meditando nas suas palavras e nos versículos que ele leu, cheguei à conclusão aterradora que EU NÃO VOU PRO CÉU. Que ao invés de ouvir "vinde benditos de meu Pai" a maior parte dos cristãos que conheço NÃO VAI PRO CÉU. Que você que está lendo essas palavras é um serio candidato a NÃO IR PRO CÉU. Que aqueles que agora estão franzindo as sombrancelhas ao ler essas palavras e me chamando de louca, bem como muitos que, neste momento se dirigem a suas igrejas ou a Deus em oração, são sérios candidatos a ouvir naquele dia: "apartaivos de mim porque não vos conheço. Pois tive fome e não me deste de comer, tive sede e não me deste de beber, estive nu e não me vestiste, estive preso e não foste me ver."

Como cheguei a esta conclusão? Leia o texto com atenção:

Todos os dias para ir trabalhar embarco no mesmo ônibus. Passo duas vezes por dia na avenida (ou rua como alguns preferem) General Miller. Em uma rua transversal próximo ao Castelinho vive um certo homem. Ele aparenta ter problemas mentais. Todos os dias eu o vejo, duas vezes ao dia.

Ele sempre está, ou no portão da sua casa ou na General Miller e costuma dar adeus para as pessoas que passam nos ônibus. Até aqui nada demais.

Esse seria apenas mais uma pessoa com problemas psicológicos se: ele não morasse em uma casa com portas e janelas sem vidros, sem iluminação, sem muros, sem água, sem piso. Se ele não tivesse apenas um short surrado para vestir, se ele tivesse o que comer e se ele não fosse feliz.

Sim, você leu direito, FELIZ!

Esse ser humano vive como um animal abandonado e vive sorrindo!!!

Ontem passei de manhã em frente a sua casa, ele estava varrendo o chão de terra batida e assoviando. A tarde fui visitar uma amiga e o vi na rua saltitando com um monte de sacos de ração vazios que, provavelmente, seriam uma cama limpa durante aquela noite. Tive uma vontade louca de chorar.

Chorar porque naquele momento a pergunta do pastor foi respondida: seria do lado de pessoas como aquele homem que Cristo estaria se viesse nos nossos dias, seria como aquele homem que ele se pareceria.

Contei 40 igrejas no caminho do Xavante até o local onde aquele homem reside, 40 igrejas cuja os membros tem que ivariavelmente passar bem em frente a rua onde este Senhor reside para ir ao Shopping de Nova iguaçu. Se essas 40 igrejas possuirem 100 membros cada serão 4.000 cristãos que, pelo menos duas vezes no ano, passaram por este homem. Dessas 40 igrejas 12 são vizinhas dele num raio de 200 metros e 3 estão coladas a sua casa ou na sua rua. Pelo menos 300 servos de Deus tem de passar 1 vez na semana por ele de qualquer maneira. Pelo menos 1.200 passam por ele uma vez no mês.

Mas QUASE NINGUEM tem misericórdia desse homem. Ele passou o ano todo com a mesma bermuda!

Ele é um homem limpo, pois a frente de sua casa não tem um papel no chão e eu já o vi varrendo a frente da varandinha de terra batida.

Alguém consertou o seu telhado, dá pra perceber que os tijolos que sustentam as telhas que cobrem a laje são novos. O dono da padaria outro dia estava dando pão pra ele.

Ele não tem um chinelo, quando está chovendo ele anda com sacolas plásticas nos pés, eu já vi!

E mesmo assim, todos os dias ele sorri e dá até logo para as pessoas que passam nos coletativos pela General Miller!

Foi esse homem que me mostrou que não vai adiantar cantar na igreja, participar de campanhas de oração, contribuir para missões, orar com fervor, pregar bonito ou ser dizimista. Posso usar de toda minha fidelidade a vida inteira e não irei pro céu. Pois sou uma das aproximadas 4.000 pessoas que passaram por este homem e não fizeram nada.

Cristo deve se envergonhar de mim todos os dias! Eu vivo no meu mundinho, leio a bíblia, medito, oro, tento ser obediente as escrituras, peço misericórdia pelos meus pecados, pelos meus defeitos. Procuro trabalhar na obra, contribuo com missões, tento desesperadamente absorver o conceito de perdão, mas não pratico o amor ao próximo. Sou incapaz de sair do meu mundinho para vestir meu Salvador, para me importar com ele.

Olhando em volta me pergunto: que tipo de cristãos estamos sendo nos dias atuais? Somos incapazes de estender as mãos e fazer justamente aquilo que vai abrir as portas do Reino de Deus. Nos perdemos em campanhas de prosperidade, em correntes de oração para vitórias e benção, e esquecemos de compartilhar o único mandamento que Cristo nos deixou, o amor!

Amor, uma palavra tão pequena e nela está contido o que ecoará pela eternidade de nossas vidas. Para Cristo amar era tudo que importava. Não podemos nos denominar Cristãos se não seguimos seus passos, pois se nosso Salvador viesse hoje seria o mais humilde dos homens e o mais humilde dos homens nos dias atuais não tem sequer uma cama para dormir!

Fiquem na paz.